terça-feira, 29 de maio de 2012

Carinhoso

Fiquei um tempo sem sentir... o outro tempo fiquei sem saber o que dizer...

Depois desses tempos sem escrever volto pra tentar esvaziar o balde de sentimentos, porque tá indo além da conta... e como não sei confessar o que sinto posso fazer uma poesia (ou tentar)...

Carinhoso

Tava brincando de olhar
Tava girando meu pensar
Rica
Curiosa!
Pobre destraída...

No meu olho ciscou
A poeira das tuas faces,
A cor do teu viso.
No meu pensar ficou sua silhueta
De cabelos desgrenhados

E lá vai um tempo de tanto sentir
Meus dilúvios imaginários.
Meu violão no teu colo
Teus lábios derretendo os pólos
Minhas mãos tocando seus dias.

Tô aqui com meu olho biônico
Meu sentimento platônico
E os meus olhos ficam sorrindo
E pelas ruas vão te seguindo
Mas mesmo assim foges de mim.



Daiane Monteiro

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Pra dizer quando você chegar....


Nosso silêncio deve combinar
Quero intercalar,
Depois de falar
Quero calar.

Vou continuar livre, voar pelo teu céu...
Depois de voar,
Em você
Vou descansar.

Para os meus pés ainda é difícil tocar o chão
Me ajude a voltar
Se eu achar chato
Quero que você toque o violão

Vou me sentir insana...
As vezes embriagada, dopada, doente
Quente, febril, mas vou querer cantar
Apaixonada, vou preferir lá com baixa em sol


Daiane

domingo, 19 de junho de 2011

Meu eu alado




Criei asas, voo livre... amiga da liberdade!



Um presente dos deuses não deve ser recusado
O indumentário concedido deve ser em tudo utilizado...
Aceito a responsabilidade de vestir minhas mãos,
Esforço-me, já que visto estas pernas
E com força...
E com força...
Com força empurro o chão com o pé que visto...
Impulsiono...
Movo o corpo em razão dos pés que visto.

Cobrindo, delimitando meu eu vesti meu corpo
Condicionada...
Condicionada ganhei asas... e voei simplesmente

Fui assumida, usando as asas a mim concedidas
Com elas desfiz vínculos,
Destruí.
Minhas asas se agitam, têm vontade própria...
Por minhas asas se vê em mim a liberdade
Assustadora
Liberdade assustadora
Sem rumo, ás vezes...
Minhas asas sempre
Não criei vínculos, criei asas...


Daiane Monteiro

segunda-feira, 6 de junho de 2011

ERRADO & IMAGINADO

Ele cantava e eu imaginava que o fazia pra mim. O querer me invadiu.
E agora sinto que so porque eu o quero o tenho. Porque gosto, tenho.
Daiane

quarta-feira, 9 de março de 2011

Meu soneto torto ao leo


O passarinho saiu do ninho

Ele viu que cresceu

Me aparece aqui de oclinhos

Assim vejo que ele envelheceu


Antes as penas brancas sem pretinho

Minha cabeça a enlouquecer

Sem este pássaro no meu ninho

Que cresceu e voa ao anoitecer


Outrora o sentimento era espinho no peito

Sem jeito, faca dura, malvada

Tão constante era o pensamento que o levava ao leito


Hoje não sofro mais os espinhos daquela massada

Apesar da ausência do passaro imperfeito

O coração segue tranquilo uma dança compassada.


Daiane Monteiro

terça-feira, 8 de março de 2011

O que de mais importante...


Se eu me olho e vejo em minha alma uma poetisa de mais importante o que tenho é uma caneta velha de sempre, o tipo que persegue, que por vezes pensei em jogar fora na hora da limpeza, mas não joguei, porque ela é minha companheira e não menos companheira que o papel.

Minha alma poeta te da um papel rabiscado com palavras que só escrevo para preencher o vazio desses pensamentos que esquecem quem você e aprisiona a sua figura atrás dos meus olhos. Do mais importante te dou dessa minha alma de poeta.

Se eu me olho e vejo em minha alma uma atriz, de mais importante que eu tenho é o meu papel. Articulo meu corpo e voz, me ajustar para ser escrava do meu papel com muito prazer, quero ser a personagem, andar com ela, dormir com ela. É o mais importante, mas...

Minha alma atriz te dá o papel, melhor te faz o papel para me fazer estar ao redor de ti, te estudando, para melhor falar e articular ao teu favor...

Se me olho e me vejo cantora, te dou minha voz em letra e música, minha expressão balanço, meu sorriso cantado, as notas todas sem desafinar com os "bemóis" e "sustenidos".

Mas se me vejo gente, só sei dar-te a mim, e como não pude, busquei um jeito de ver por dentro, mas naquele jogo de te ver revelei a mim mesma. Me deixei no descampado daquela noite, sem me importar com frio toque da lua. Eu tava em desvantagem, fui revelada, traída por meus olhos. Por entre meus olhares a chuva caía e te dei aquele instante. Porque foi o que de mais importante encontrei.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Ao Leo


Quando te vejo triste

Vejo o que de fato existe

Há uma irritação sem tato

Há um silêncio chato

Que não toco, mas sinto.

Uma nuvem cheia invade

Meu peito querendo chover

Uma inquietação gritante

querendo saber

Grito com o corpo

Me levantando e indo até você

Preciso te ouvir, tirar de dentro

Sua gota triste e

Espanto por fim minha nuvem

Inquieta nuvem.


Daiane Monteiro