No título uma frase de Mia Couto... no meu coração desejo intenso de caminhar pelas possibilidades.
Como o Raul disse... controlando minha "maluquez" misturada com minha lucidez
(...)
Este caminho, que eu mesmo escolhi, é tão fácil seguir por não ter aonde ir....
Ultimamente tenho pensado muito na relação estabelecida entre as escolhas que deixamos de fazer e a carta que resta nas nossas mãos
a roupa que saímos de casa e todas que sobraram no guarda-roupa ... etc etc etc...
... uma vez li num romance do meu querido Saramago que um cão pulava de um lado do chão para o outro, porém abria-se uma fenda e foi tamanha a fenda que de repente ele não conseguiu mais pular e teve de se contentar com o lado em que ficou, com o sentimento de que o outro lado seria melhor.
Porr... as vezes acho que vou viver a vida com este sentimento... e posso ficar maluca por toda a melancolia existente e saudosismo do que eu não pude ter, por não o ter escolhido.
Neste post eu quero homenagear as escolhas que não fiz e dizê-las que vcs também fazem e sempre farão parte de mim....e que eu descobri que vcs moram nas reticências das minhas frases... pois como não pude trazê-las comigo as faço habitar no que não consigo dizer... como uma lembrança do que não foi....
Escolhas, tenham em mente que as faço contando com a volta, porque pra sempre é muito tempo e definitivo me remete a uma espécie de prisão. E cada escolha que faço a faço duas vezes... pois conto a ida uma vez e conto duas com a volta.
E para combater o definitivo trago uma palavra que nem tão louvada.... DESISTÊNCIA! Desisto sim do que eu não quero e experimento o que deixei no armário e tiro mil vezes a roupa até encontrar aquela que quero.
Esqueço todas as cartas, mas lembrarei da que está no meu bolso... e vou sim questionar a sua estadia nas minhas vestes....
Vou cansar os meus pés indo e voltando de onde quer que seja... e repousá-los quando me sentir a vontade e cansá-los na hora de seguir de novo.
Concordo plenamente com Nietzsche a respeito de não ser possível a experiência em viver.... mas vou errar o máximo de caminhos... ir e voltar várias vezes... tentar no uni duni tê salamê minguê... e terei experiência por onde passei..... e pra isso vou livre e solta para ir e voltar!
Bjs a todos!
