quarta-feira, 9 de março de 2011

Meu soneto torto ao leo


O passarinho saiu do ninho

Ele viu que cresceu

Me aparece aqui de oclinhos

Assim vejo que ele envelheceu


Antes as penas brancas sem pretinho

Minha cabeça a enlouquecer

Sem este pássaro no meu ninho

Que cresceu e voa ao anoitecer


Outrora o sentimento era espinho no peito

Sem jeito, faca dura, malvada

Tão constante era o pensamento que o levava ao leito


Hoje não sofro mais os espinhos daquela massada

Apesar da ausência do passaro imperfeito

O coração segue tranquilo uma dança compassada.


Daiane Monteiro

terça-feira, 8 de março de 2011

O que de mais importante...


Se eu me olho e vejo em minha alma uma poetisa de mais importante o que tenho é uma caneta velha de sempre, o tipo que persegue, que por vezes pensei em jogar fora na hora da limpeza, mas não joguei, porque ela é minha companheira e não menos companheira que o papel.

Minha alma poeta te da um papel rabiscado com palavras que só escrevo para preencher o vazio desses pensamentos que esquecem quem você e aprisiona a sua figura atrás dos meus olhos. Do mais importante te dou dessa minha alma de poeta.

Se eu me olho e vejo em minha alma uma atriz, de mais importante que eu tenho é o meu papel. Articulo meu corpo e voz, me ajustar para ser escrava do meu papel com muito prazer, quero ser a personagem, andar com ela, dormir com ela. É o mais importante, mas...

Minha alma atriz te dá o papel, melhor te faz o papel para me fazer estar ao redor de ti, te estudando, para melhor falar e articular ao teu favor...

Se me olho e me vejo cantora, te dou minha voz em letra e música, minha expressão balanço, meu sorriso cantado, as notas todas sem desafinar com os "bemóis" e "sustenidos".

Mas se me vejo gente, só sei dar-te a mim, e como não pude, busquei um jeito de ver por dentro, mas naquele jogo de te ver revelei a mim mesma. Me deixei no descampado daquela noite, sem me importar com frio toque da lua. Eu tava em desvantagem, fui revelada, traída por meus olhos. Por entre meus olhares a chuva caía e te dei aquele instante. Porque foi o que de mais importante encontrei.